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Logística constitui vetor de competitividade para as empresas

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“A Logística assume-se como um vetor de competitividade para as empresas portuguesas, quer na vertente da importação eficiente de fatores de produção, quer na ligação das exportações, de forma eficaz, com os mercados clientes, assumindo um papel fulcral na economia nacional”, defende Isabel Caldeira Cardoso, Vice-Presidente da aicep Global Parques, na Revista BOW – Logística, Cadeia de Abastecimento, E-Commerce e Internacionalização.

“Portugal tem uma localização periférica face às outras economias da Europa. Um facto que, à partida, parece um inconveniente, torna-se numa vantagem quando pensamos na sua posição Atlântica que confere ao país uma vocação logística na ligação das economias nacional, ibérica e europeia ao mundo”, comenta, destacando que somos a Oeste uma porta aberta para o Atlântico, uma ponte transatlântica para as Américas e a Este um ponto de entrada privilegiado na UE, a partir do Médio e Extremo Oriente.

A Norte temos ligações com rotas económicas estratégicas e a Sul asseguramos uma Plataforma estratégica para os mercados africanos e países de língua portuguesa. Portugal é uma porta para um mercado de 500 milhões de pessoas na Europa, e para 250 milhões de consumidores de língua portuguesa.

“Para além das oportunidades no setor energético, não esquecer as do setor Agro nomeadamente o papel que Portugal pode assumir nas importações de produtos agroalimentares da América do Sul. O Brasil, um dos principais exportadores de cereais, nomeadamente de soja e de frutas, é um alvo muito importante para reforçar o papel de Portugal no setor, como alternativa aos portos do Norte da Europa, com adição de valor, nomeadamente de embalamento, preparação de polpas, sumos, pesagem e etiquetagem, entre outras”, constata.

“Neste processo são fundamentais a atitude social positiva, a possibilidade de criação de sinergias entre promotores e a eficácia na criação de negócios vertentes, onde Portugal deve apostar na simplificação de procedimentos e na agilização dos processos de licenciamento”, conclui.

Para o Secretário de Estado da Economia, Pedro Cilínio, os serviços de logística são um vetor essencial para a competitividade da economia portuguesa e são, cada vez mais, uma área nevrálgica para setores dinâmicos, exportadores e estratégicos da nossa economia, como o agroalimentar, a pedra natural, o automóvel, o têxtil, vestuário e calçado, entre outros.

“Nas últimas décadas, a gestão e eficiência das cadeias logísticas tem sido um dos fatores mais determinantes para a evolução da economia global, contribuindo para aceder a novos mercados de abastecimento e de exportação de forma cada vez mais competitiva”, considera o governante na Revista BOW.

“Com efeito, bons serviços de logística e cadeias de abastecimento são fundamentais para a operação de qualquer empresa, pois uma logística eficiente permite assim a uma empresa oferecer prazos de entrega mais curtos, preços mais competitivos e um nível de serviço superior ao dos seus concorrentes” assentua, reconhecendo que a

oferta de serviços logísticos em Portugal tem vindo a evoluir e a adaptar-se à internacionalização e globalização da economia.

A ACEPI Economia Digital Portugal estima que o comércio eletrónico tenha gerado 130 mil milhões de euros em 2021. O estudo concluiu também que as grandes e médias empresas portuguesas apresentam uma taxa de e-commerce (42% em 2021) superior à média da União Europeia e que o setor do retalho/grande distribuição já transaciona mais de um terço (36%) do seu volume de negócios com faturas eletrónicas em 2021. O setor da indústria surge a seguir com 15%. Este estudo revelou ainda que a percentagem de compradores online subiu para 52% em 2021 (mais 7 pontos percentuais do que em 2019).

“Estes números demonstram o quanto já avançamos no caminho da transição digital, mas ainda temos muito para evoluir. Os desafios que temos pela frente são muitos e complexos, mas a capacidade demonstrada pela nossa economia, pelas nossas empresas, nos tempos da pandemia e agora em tempos de guerra, dão confiança para enfrentar as incertezas e instabilidade da economia internacional”, refere.